As Fases de Vênus [PARTE 4]

O GUERREIRO

O céu manchado com as cores do crepúsculo, a estrela D’alva brilhando em seu esplendor máximo no começo da tarde, gritos desesperados e o tintilar de centenas de laminas, horizonte horrendo de batalha, neve e sangue misturados á ódio e xingamentos. O navio Bafo de Nidhogg estava encalhado nas margens do Rio Ouse por onde guerreiros nórdicos fluíam e batalhavam contra os Nortúmbrios de York, eles tentavam com todas as forças repelir a invasão da tripulação Dinamarquesa, mas não eram páreos contra guerreiros treinados e em fúria gananciosa com a promessa de tesouros dos cofres da igreja.

Toda tripulação havia desembarcado e por ultimo o Capitão do Navio, Erik Olafson, um guerreiro que veio do nada e mostrou uma força incrível e maestria impar com a espada, ganhou fama e tesouros e com isso guerreiros. Todos conheciam o senhor da guerra, longos cabelos dourados, trançados e amarrados com tiras de couro, alto e largo, talvez o maior Dinamarquês de todos, vestia cota de malha polida com areia e cascalhos, placas nos ombros e pernas, usava capacete sem placas laterais, pois queria causar pânico com sua expressão furiosa... E causava.

Desafiou um homem chamado Æthelmir, o gigante. O comandante das tropas de York aproximou-se cauteloso de Erik, sabia que seu inimigo era experiente e impiedoso. Erik começou atacando, estocou mirando a coxa esquerda, apostando na falta de agilidade do grandalhão, mas fora surpreendido com uma esquiva e uma finta com a espada mirando em suas costelas, Erik habilmente fez um meio giro e a lamina inimiga apenas arranhou a cota de malha, aproveitando o movimento atacou usando o escudo tentando surpreender o adversário, mas foi defendido e o ruído das bossas dos escudos foi estridente. Afastaram-se e quem atacou foi Æthelmir lamina em riste mirando no pescoço do nórdico que com o escudo rechaçou o golpe mortal, empurrou a lamina para o lado e contra-atacou o gigante sem hesitar abaixou-se e acertou o escudo na panturrilha de Erik esperando que o nórdico se desequilibrasse e com isso cravar a lamina na virilha dele e empala-lo como um porco, mas o que aconteceu foi o contrario, pois o dinamarquês não se abalou com a dor provocada pelo golpe e a perna flexionada evitou a queda, o gigante apostou alto demais e agora totalmente desguarnecido e com o pescoço em posição de execução, ajoelhado perante o senhor da guerra, rezou para Deus enquanto a tripulação nórdica gritava a Thor agradecendo a batalha.

Um corte rápido e o baque seco da cabeça no chão de neve e areia, o sangue espirrou nos pés de Erik, a moral dos guerreiros de York se esvaiu e pereceram nas laminas dos nórdicos, a cidade foi saqueada, homens e crianças pegos para serem vendidos como escravos e mulheres tomadas para diversão. A taberna foi lotada, gritos, risadas e muita cerveja, no fundo uma mesa com um único ocupante, Erik, bebia só, enquanto olhava para o céu por uma abertura no teto de palha.


- Como tudo é tão diferente aqui. Os gostos, as sensações, ser humano é realmente interessante. Nesses pouquíssimos anos eu experimentei tantas coisas, muito mais que os milênios que passei no negrume espacial. As guerras tem um sabor diferente, até paisagens novas me trazem uma sensação boa, o beijo e o calor de uma mulher trazem sensações indescritíveis, eu nunca havia sentido essas coisas, eu nunca senti... – Ele voltou a olhar para o céu pela abertura no teto – Já não quero mais voltar a ser quem eu era.

Wallpaper do Jogo "Mount and Blade"
Editado por Widalgo

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